(Foto: ABRAÇO BRASIL )
O município do Rio de Janeiro sediou, no último sábado (30), um encontro estadual das rádios comunitárias do Estado. As associações mantenedoras que se fizeram presentes saíram da atividade imbuídas de ajudar no processo de reorganização do movimento de radiodifusão comunitária, tanto no RJ, como no Brasil. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço Brasil -, contou com a participação do diretor jurídico da entidade, Aílton Santos, que falou sobre a situação jurídica das radiocoms e do Ecad, do procurador da República, representante da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão/RJ, Júlio José Araújo Junior, que se colocou à disposição para alargar as discussões sobre a importância de emissoras com este caráter nos municípios. Por fim, Claudio Salles, comunicador da rádio Pop Goiaba, de Niterói, e representante do gabinete do deputado estadual Carlos Minc (PSB) trouxe um pouco mais de esclarecimentos acerca da Lei 6.892/2014, que dispõe sobre o fomento à diversidade cultural, por meio de incentivo às rádios e tvs comunitárias.
Entre as deliberações do evento, a principal delas é a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para encaminhar o cumprimento da lei do deputado Minc. “Será, tenho certeza, um grande movimento das nossas rádios. Não faz sentido nenhum essa lei ainda não ter saído do papel”, cobrou o presidente da Abraço Brasil, Geremias dos Santos. Outro desdobramento, é a realização de reuniões regionais para aproximar as rádios e intensificar a mobilização. “O Rio de Janeiro tem mais de 200 rádios comunitárias. Esses microfones precisam estar a serviço das causas do povo. Por isso, vamos trabalhar para que elas consigam se reaproximar e lutar juntas”.
Na avaliação de Santos, a plenária, inclusive, superou as expectativas. “Percebi que as pessoas que aqui estiveram, fossem elas iniciantes ou comunicadores históricos, estão com muita energia. É só desta forma que conseguiremos avançar na Câmara Federal e no Senado, onde estão parados projetos importantes. Por ora, essas rádios nos ajudarão a fazer coro pela derrubada do decreto 2615, de 1998, que nos impede de acessar verba pública para realizar campanhas institucionais, por exemplo. Os cariocas sempre tiveram um papel de protagonismo na democratização da comunicação e agora não será diferente”, concluiu.
Jornalista Patrícia Schuster - Abraço-RS