PROPOSTAS DA ABRAÇO BRASIL
AO GOVERNO FEDERAL
A
Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço Brasil, entidade que
representa as mais de cinco mil rádios comunitárias do país, apresentamos ao
governo Lula as principais demandas da categoria, as quais vêm sendo debatidas
nos últimos encontros nacionais, bem como, congregam pautas histórias (desde o
lançamento da Lei 9.612/1998, que regulamenta o serviço de radiodifusão
comunitária no país) do segmento. Assim, queremos que o atual governo firme um
compromisso público com as rádios comunitárias, de modo que elas possam
fortalecer ainda mais a democratização da comunicação e ser instrumentos no
combate à desinformação no país.
Propostas:
• Alterar o Decreto de Nº 2.615/98.
Foi aqui que os representantes da Abert atuaram quando os técnicos do Ministério
das Comunicações mudaram a lei 9.612/98, através do referido decreto e por
conta dessa interpretação equivocada, as rádios comunitárias sempre foram
criminalizadas e perseguidas.
• Queremos o fim das restrições
quanto à veiculação de publicidade/propaganda;
• Acesso a verbas de divulgação
públicas, tal como ocorre com as emissoras de cunho comercial;
• Indicação de um representante da Abraço
Brasil no Conselho de Participação Social representando o movimento popular no
segmento de comunicação e as 5.038 rádios comunitárias outorgadas e funcionando
em cerca de 3.500 municípios brasileiros.
• Priorizar a publicação do Plano
Nacional de Outorga – PNO para os 2.000 (dois) mil municípios brasileiros que
ainda não têm uma rádio comunitária outorgada depois de quase 25 anos da lei
que regulamentou a radiodifusão comunitária em nosso país. Esses municípios
fazem parte do que denominaram chamar de “desertos de noticias”. Publicar PNO
para esses municípios que ainda não têm, e só depois publicar para os municípios
que já têm RadCom outorgada;
• Estimular a formação, capacitação
e treinamento de comunicadores populares e radialistas, para impulsionar o
desenvolvimento das rádios comunitárias e a comunicação popular em nosso país,
conforme lei 9.612/98.
• Não à implantação das rádios
comunitárias na Faixa Estendida da FM. O espectro eletromagnético tem espaço
para todos, em especial para as rádios públicas;
• Inclusão das rádios comunitárias
no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST;
• Cumprimento do acordo que o
Presidente Lula assinou com a Abraço Brasil quando da realização da 1ª Confecom
em 2009;
• Convocação da 2ª Confecom –
Conferência Nacional de Comunicação;
• Regulação da Mídia, conforme
previsão na Constituição Federal;
• Campanha pelo Fim do Analfabetismo
no Brasil, com a participação das rádios comunitárias;
• Disponibilizar as frequências do rádio
da Amplitude Modulada – AM para entidades e organizações da sociedade civil –
temos posição contrária ao fim da frequência AM no Brasil.
• Implantar Pontos de Comunicação - Baseados
na experiência exitosa dos Pontos de Cultura, sugerimos criar os Pontos de
Comunicação. Os Pontos de Comunicação seriam vinculados a associações ou
fundações mantenedoras de rádios comunitárias FM, rádios web, agências de
comunicação alternativa, emissoras de alto-falante ou via cabo.
• Formação de redes a partir da
SECOM envolvendo os blogs progressistas, comunicadores populares, rádios
comunitárias. Essas redes receberiam esses materiais informativos condensados
(memes, cards com formato para aplicativos) e rapidamente fazer a disseminação
da informação.
Geremias dos Santos
Presidente da Abraço Brasil