Discussão do tema o que as Rádios Comunitárias esperam do Governo Lula (Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil)
O presidente
da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), Geremias dos Santos,
destaca que a lei das rádios comunitárias representou um avanço para o setor,
porém o decreto colocou amarras que não estavam na legislação aprovada, como a
restrição da potência para o alcance de um quilômetro e a proibição de
publicidade, mesmo que de pequenos comércios da comunidade.Fortalecer a rede de
comunicação pública e a Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), ampliar o fomento da comunicação
regional e popular e reformar o decreto 2.615 de 1998,
que regulamenta o Serviço de Radiodifusão Comunitária no país, instituído pela
Lei 9.612 de 1998.
“Nós
queremos ter acesso a verba pública e privada de mídia. Nós vivemos
num país capitalista, estamos presentes em mais de 3,5 mil municípios. É um
absurdo nós sermos proibidos de acessar essa verba. Não só a pública, como o
mercado do seu João que não pode anunciar, isso é um verdadeiro absurdo. O
decreto criou uma área de abrangência de um quilômetro, isso não tinha na lei.
O decreto é pior do que a lei e precisa ser feita a revisão dessa herança
maldita”.
A Abraço
também reivindica a manutenção da frequência AM para uso dos movimentos
sociais, já que, segundo Geremias, ainda há muitos ouvintes das ondas médias no
país.
"Nós queremos
que a rádio AM vá para o movimento social. As rádios comerciais pediram a
migração para a FM, mas ainda tem muita gente que só ouve AM. Para vários
setores a faixa ainda é importante”, destacou ele.
Outra
sugestão do movimento é transformar as rádios comunitárias em Pontos de
Comunicação, utilizando o modelo dos Pontos de Cultura, criado em 2004 pelo
Ministério da Cultura, e que fomentava grupos e centros culturais por todo o
Brasil. Segundo Geremias, o país tem hoje mais de 8 mil rádios comunitárias,
em mais de 3 mil municípios.
Estas foram algumas das reivindicações apresentadas
por entidades ligadas à democratização das comunicações que
participaram hoje (24) de uma roda de diálogo sobre o tema no Fórum
Social Mundial, que começou ontem em Porto Alegre.
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Com Informações da Abraço Brasil
Akemi Nitahara - repórter da Agência Brasil